segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Um Leão


O leão selvagem, vive o dia
Como se não houvesse o amanha
Caça o que pode ser caçado
Luta bravamente com seu adversário
Afim de obter um lugar
Para poder chamar de seu
Deleita-se com as fêmeas da savana
E prospera a sua linhagem
Para além de seu tempo

O leão caçado, vive a incerteza
Fora extraído de seu mundo
Jogado em um lugar escuro
Comercializado sem autorização
Maltratado sem justificação
Alimentado sem regularização
Tornara-se agressivo sem intensão
Desconfiado pela condição
“Agora não representa mais perigo
Viciado, doente e fodido
Inofensivo”

O leão domesticado, vive por viver
Leva consigo as dores da vida
Gravados em seu corpo
Cicatrizes eternas
Só luta por necessidade
Não galga um lugar melhor
Vive na mesmice e na solidão
Dificilmente se arrisca por uma fêmea
Com medo de adquirir mais dores
Dores invisíveis a olho nu
Mas que corroem a alma
Que um dia pôde ser chamada de selvagem

Por: Caique de Souza

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